domingo, 30 de agosto de 2009

AHHHHHHHHHHHHHHH!!! (mãozinhas a abanar assim ao lado da cabeça)





(o meu iMac-inho deu os últimos suspiros e a modos que no pânico da tese comprei um Macbook Pro... e agora tenho um teclado inglês).

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Não podem entrar todos?

“Não podem entrar todos”. E assim se justifica tudo o que venha depois. E de repente acham-se naturais coisas extraordinárias. Os campos de concentração onde, por essa Europa fora, se amontoa gente que não fez mais do que procurar uma vida melhor para os seus filhos. Recambiar para a guerra e para a fome seres humanos. Deixar morrer no mar quem aqui tenta chegar. Construir muros, cercas electrificadas, torres de vigia. Pagar a ditaduras para serem nossos guardas fronteiriços. Dizer-se que um ser humano é ilegal. Procura-lo pelas ruas, persegui-lo, prende-lo. E de repente todas as atrocidades são naturais."

para ler in Arrastão

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

.this whole world's wild at heart and weird on top.



.já não me lembro como é que a conversa foi parar ali. deve ter sido a texuga...araponga?

domingo, 19 de julho de 2009

...the dog days will be over.



"...leave all your love and your longing behind you
can't carry it with you if you want to survive..."


mais florence.



quinta-feira, 16 de julho de 2009

Origens...


Passo os dias embevecido a recolher histórias de desconhecidos, a deliciar-me com os seus passados, sem sequer me lembrar das aventuras esquecidas que desfilam debaixo do meu próprio telhado.

Há umas semanas, o meu avô ia morrendo pela terceira vez. Embolia pulmonar. Pela terceira vez o velho Carrasco rasgou com o seu machado a certidão de óbito, afinou o seu pacemaker e gritou pela vida. Talvez por lhe terem ensinado que não se deve morrer sem avisar. Talvez por ser teimoso e querer contrariar a médica que não dava muito por ele. Talvez por querer lembrar que o velho que passa os dias sentado naquela humilhante poltrona já pôde correr, saltar e amar como eu. Talvez...

Sempre vi o meu avô igual. Farto cabelo branco, barriga proeminente, expressão serena. Quando se zanga com a minha avó grita "Hóstia dum cabrão" ou "Magana do Caralho". Quando se ri fá-lo convictamente, mas sem ruído. Quando lhe mostro um artigo meu, chora. Apesar dos avisos médicos, nunca diz que não a um copo de vinho ou a um gelado de stracciatella.

O avô Carrasco chama-se Victoriano mas só responde pelo apelido. Quando o pai Carrasco preparava a minha execução, o Victoriano metia sempre a cabeça na guilhotina por mim. Um dia ensinou-me a apertar os atacadores na pega do cesto da fruta. É daquelas coisas que nunca nos esquecemos, de quem nos ensinou a fazer o primeiro nó. De quem nos ensinou a abrir nozes nas ombreiras das portas. De quem nos arrancou o primeiro dente de leite com um fio de nylon. Sempre igual, o Carrasco.

Hoje sentei-me em frente à poltrona castradora e senti que o meu avô queria correr, saltar e amar outra vez. Talvez por ter olhado para mim e invejado a minha juventude. Talvez por se ter lembrado de ter um passado. Talvez por ter afinado o pacemaker. E assim, deixei-me embevecer pela história deste conhecido, deliciei-me com o seu passado e fiquei a conhecer as aventuras desconhecidas que brotam daquela poltrona, debaixo do meu telhado;

O avô diz que o bisavô gostava muito de vinho. Veio das trincheiras da I Guerra Mundial e quando chegou à raia alentejana passou a dar tiros no fígado. "Era um bêbedo, um relaxado, diz logo assim!", gritou a minha avó. "Magana", deve ter pensado o Carrasco. Parece que o ancestral Carrasco comprava 1/2 litro de vinho todos os dias. Como não tinha dinheiro para mais, fazia assim: "Logo de manhã, dava um pequeno gole de vinho e restabelecia-a com água. Ao almoço, a mesma coisa. Passava o dia nisto até a garrafa ficar cheia de água sem o mínimo de cor de vinho. Vê lá o que ele gostava daquilo", diz o meu avô, a rir-se sem ruído.

"Ainda moço, estava sentado sozinho à porta de casa quando vi o cão do talhante a passar com uma perna de cabrito na boca. Como não comíamos carne, só papas de milho, comecei a correr atrás dele. Ah cão! Corri duas horas atrás do cão, saímos de Santana de Cambas, corremos pelos montes. O cão não largava o naco e eu não largava o cão. Estava ali sempre a um, dois metros. Ali morria quem se cansasse primeiro. O cabrão tentou esconder-se num buraco, numa conduta de água, mas estava tão cansado, o magano, que bateu com a cabeça na parede. Peguei na perna do cabrito e levei-a para casa. O que era para um cão deu para cinco pessoas jantarem. Nunca mais vi o cão na aldeia". Pudera....havia carnívoros mais poderosos naquela cadeia alimentar.

Um dia, o avô do meu avô decidiu que estava na hora. O pequeno Victoriano tinha de começar a trabalhar. Tinha 13 anos e umas sandálias de corda. "Prepara-te que amanhã vamos fazer uma grande viagem". Andaram 25 quilómetros a pé pelo montado alentejano até Vales Mortos onde o esperavam para ser aprendiz de sapateiro. Saíram de manhã com um cajado, avô e neto, chegaram de noite. Ninharias para quem ia a pé uma vez por semana a Mértola buscar restos de cereais a uma fábrica. Os Carrascos eram daqueles sem-terra, sem-gado, sem-nome. Viviam conformados porque ouviam os tiros da Guerra Civil Espanhola do outro lado do Guadiana e sabiam que havia gente com menos do que eles.

Foi em Vales Mortos que o Victoriano aprendeu um ofício. Foi em Vales Mortos que o Victoriano conheceu a minha avó. Parece que foi no baile da terra, ao som de "Besame Mucho", que os Vales Mortos ressuscitaram na dança com a Alzira. E dos vales secos desabracharam o trigo e a cevada, o gado mertolengo, o meu pai, eu próprio.

Assim, quando hoje me sentei à mesa, não pude deixar de pensar que não estaria a comer relaxadamente aquele bife se o meu avô não tivesse perseguido o maldito cão do talhante, se não tivesse palminhado mil palmos de terra para aprender a colar solas de sapato, se não soubesse bailar o "Besame Mucho". Talvez tivesse tropeçado e caído se ele não desse aquele nó no cesto da fruta, talvez não soubesse abrir uma noz, talvez ainda tivesse dentes de leite. Talvez...

E ao abandonar a sala, não resisti a lançar um sorriso irónico àquela poltrona ridícula que pensa que pode castrar um homem que anda, salta e ama dentro de mim....

segunda-feira, 6 de julho de 2009

saudade de quem me espera

Passei uma vida a suspirar por alguém que se foi
sem me dar tempo a dizer aDeus
Deixaste-me suspensa na minha perdição - barafustei.
Escrevi cartas, escrevi músicas sem o mínimo de melodia.
Inquieta esperava encontrar-te nos sonhos,
reino de ninguém e de todos
Gritei!
E sempre...
Aqui Tão perto
ao alcance da minhas mãos inquietas
Estavam todos vocês, COYOTES.

Agora só danço a saudade de quem me espera
E o amor por quem me ama

domingo, 21 de junho de 2009

A um amigo que nos fez a todos muito felizes...



... PARABÉNS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!